Formação em S. José de Cluny

“Deus Pai é o formador por excelência… a formação é a participação na acção do Pai que, através do espírito, plasma no coração dos jovens e das jovens os sentimentos do Filho” (V.C. 66)
Jesus de Nazaré

Objectivos da Formação Inicial

– Ajudar a jovem a fazer o discernimento do apelo do Senhor sobre si própria, para que possa assumir a responsabilidade e o compromisso da sua resposta de amor de forma livre e consciente.

– Criar condições favoráveis para que a jovem estabeleça e consolide uma relação pessoal com Deus – Amor

– Proporcionar uma formação bíblica e doutrinal que permita à candidata uma melhor compreensão da missão e do valor da vida consagrada, na Igreja e no mundo de hoje.

– Iniciar uma experiência de vida comunitária, com as suas alegrias, sonhos e exigências, inerentes a uma caminhada conjunta para a santidade. 

– Interiorizar o que significa seguir Cristo obediente, pobre e casto em ordem à vivência dos votos.

– Estudar o carisma e a espiritualidade da Congregação assim como a Vida de Ana Maria Javouhey.

– Desenvolver humana e espiritualmente as Jovens segundo os carismas e talentos pessoais, para que cada uma seja uma irradiação de Ana Maria:

– Ana Maria é a adolescente intrépida que, em plena Revolução Francesa, 
conduz padres proscritos e catequiza as crianças das aldeias vizinhas.

– É a jovem à escuta de Deus, consagrando-se a ELE sem reservas. É a 
apóstola de zelo incansável, cujo exemplo arrasta e cuja voz nunca se cala.

– É a mulher forte, que Deus cumula de dotes excepcionais para a obra a que a destina: espontânea mas cheia de sabedoria, de carácter audacioso, prudente e reflectido.

– É uma realizadora e um chefe. A sua inteligência acolhe tudo mas vê com nitidez o essencial. Ao alvejar o fim, concebe os meios para o atingir e põe mãos à obra. Conhecer a vontade de Deus e cumpri-la é a mesma coisa.

– É a mulher de intuições delicadas, coração cuja riqueza nunca se esgota e cujo amor perante as ofensas se abre em generoso perdão. É a apóstola que quer estar em toda a parte, insatisfeita enquanto há sofrimento a aliviar e pessoas a salvar.

– A Irmã que se põe ao serviço de todos: crianças a instruir ,doentes a tratar, escravos a libertar, povos distantes a evangelizar. A sua Fé descobre a Vontade divina nos sinais dos tempos e nos apelos dos irmãos…

– É sempre a mulher que educa… que prepara para as tarefas de amanhã… que ataca o mal pela raiz sempre aberta às ideias novas do seu tempo, ultrapassando-as muitas vezes pela ousadia das suas concepções e a sua capacidade criadora.

– É a religiosa que em toda a parte anima as comunidades onde se vive o evangelho, colaborando com todos os que deus põe no seu caminho.

– É a pessoa sempre fortalecida no contacto com Deus e na intimidade filial com Nossa Senhora, o que a torna firme na acção… serena nas contradições… com uma paz profunda nos revezes… caminhando sempre dócil ao espírito que a anima. (Ext das Constituições, Cartas, Anais, Biografia)

Etapas na Formação de uma Irmã

0 – Pedido de Admissão 

Se a jovem pressente o chamamento do Senhor, a fim de O seguir como consagrada, habitualmente após uma caminhada espiritual,uma pequena estadia numa comunidade religiosa, um discernimento, um apelo interior a entregar a sua vida a Deus e ao Seu Povo, uma atracção pela espiritualidade e missão de Ana Maria Javouhey,uma moção do Espírito Santo a ouvir a Palavra de Jesus – “Tu, vem e segue-Me”… “ Vinde e vede” – então… faz o pedido para entrar nesta família Religiosa.

1 – Postulantado

O núcleo central desta etapa é essencialmente levar a jovem a amadurecer a sua vocação e proporcionar-lhe uma formação humana e espiritual, em vista da sua entrada no Noviciado. 

Esta etapa “…tem como objectivo, fazer tomar verdadeira consciência do que é o chamamento de Deus e das rupturas que ele impõe. Deve permitir a cada aspirante entrever as riquezas e as exigências da Vida Religiosa, tal como é vivida pela Congregação e preparar-se para dar ao Senhor uma resposta livre e corajosa”. (Const). 

Este período poderá ir de 6 meses a 2 anos e é passado numa casa da Congregação, em contacto directo com a missão e vida das Irmãs.

2 – Noviciado

“O Noviciado tem por fim estabelecer, antes de mais, as bases espirituais indispensáveis a cada Irmã, para que a sua vida religiosa fique verdadeiramente fundamentada em Deus, vivida por Ele e n’Ele…

As Noviças serão levadas progressivamente a compreender a importância dos compromissos para os quais se preparam e a assumir pessoalmente tal
responsabilidade”. (Const)

Trata-se de um itinerário de progressiva assimilação dos sentimentos de Cristo para com o Pai… (V.C.nº65) 

O Noviciado dura 2 anos, podendo prolongar-se por mais 6 meses. As Noviças são acompanhadas por uma Mestra que as orienta numa formação de carácter bíblico, doutrinal, e humano que é feita na casa do Noviciado. 

Esta formação é apoiada por cursos a nível de inter-noviciados e ainda com um pequeno estágio numa comunidade religiosa. As Noviças beneficiam de uma comunidade de formação que as ajuda a dar passos significativos numa vida comunitária, onde o amor fraterno, o calor humano e a vida espiritual procuram ser uma prioridade. 

3 – Profissão Temporária

Terminado o Noviciado, as Noviças cuja vontade de se entregar ao Senhor se confirmou, serão admitidas a fazer Votos Temporários de Obediência, Castidade e Pobreza. “Estes compromissos emitidos no fim do Noviciado, são uma primeira resposta oficial ao chamamento de Deus, primeira etapa, em vista duma Consagração definitiva”. (Const. nº 223)

A duração dos Votos Temporários é normalmente de 6 anos, podendo ser prolongada, de tal modo que nunca ultrapasse 9 anos. Este período que decorre desde os primeiros Votos até à Profissão Perpétua denomina-se Juniorado e tem por fim preparar mais directamente as candidatas religiosas ao nível humano e espiritual, para desempenharem a missão confiada pela Igreja à Congregação. As Juniores são membros das comunidades onde realizam a sua actividade apostólica, profissional e comunitária, segundo a missão que lhes é confiada.

4 – Profissão Perpétua

“Seduzidas” pelo amor gratuito do Pai que nos chama a ser Dele sem reservas, num desejo profundo de seguir Jesus Cristo pelo caminho das Bem aventuranças, numa identificação progressiva com o Carisma da Congregação, é o momento da Consagração definitiva ao Senhor, feita de forma livre e consciente.

“Eu te desposarei para sempre…no amor…e na fidelidade” (Os.2,21)

5 – Formação Permanente

Mas a formação não termina aqui!
Ao longo de toda a sua vida, a religiosa de S. José de Cluny é convidada à sua auto-formação “…a formação permanente faz parte das exigências da Consagração religiosa… ela deve consolidar a formação inicial, predispondo a pessoa a deixar-se formar ao longo de toda a sua vida”. (V.F.nº69)